segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Inteligências Múltiplas Através do Ensino a Distância (EAD)

Observamos uma grave crise em nosso sistema educacional tradicional, ainda engessado ao modelo de transmissão no sentido professor-aluno. Apesar da teoria das inteligências múltiplas já haver completado
mais de vinte anos, na maior parte das escolas e universidades ainda prevalece o paradigma do padrão único de inteligência. As inteligências lingüística e lógico-matemática são as tipicamente valorizadas nesse sistema, normalmente ancorado em aulas expositivas, leitura, escrita e cálculo. GARDNER (2001) afirma que qualquer abordagem pedagógica uniforme só serve otimamente a uma pequena parcela de estudantes. Uma vez que se sabe que as pessoas apresentam enormes diferenças nas formas como adquirem e representam o conhecimento, o grande desafio da educação, portanto, passa a ser o de fazer com que essas diferenças sejam o ponto central do ensino e do aprendizado. Do contrário, o sistema educacional continuará atendendo apenas a uma elite, particularmente aqueles que aprendem de uma determinada maneira, em geral, lingüística ou lógico-matemática.
Segundo NOGUEIRA (2003), a educação está passando por uma crise de sentido, uma crise de complexidade. A educação se confronta com o desafio de responder às necessidades das crianças, dos jovens e dos adultos que “vivem em um mundo caracterizado por uma exaltação de mudança, uma perda de sentido e de certezas, uma falta de referências, mas, por outro lado e ao mesmo tempo, em um mundo pleno de possibilidades e criações”.
De fato, observa-se um movimento paralelo, ainda tímido, mas que parece representar uma linha de fuga, uma nova direção para as práticas educacionais. Uma das revoluções no campo educacional que representa um grande potencial para atender os diversos tipos de inteligência postulados por Gardner é a modalidade conhecida como Educação Aberta e a Distância (EAD).
Podemos dizer, então, que a EAD consiste em um processo que enfatiza (ou deve enfatizar) a construção e a socialização do conhecimento (SCHLEMMER, 2005). Ao contrário do sistema educacional tradicional, no ensino a distância, o professor-transmissor de conteúdos é substituído por um novo tipo de educador.
GARDNER (2001) também revela um grande entusiasmo em relação aos diversos caminhos que se abrem com as novas ferramentas digitais. Para o autor, tais tecnologias colocam em jogo a possibilidade de um “salto quântico” na prestação de serviços individualizados para alunos e professores. Atualmente, já é possível criar programas computacionais voltados para as diferentes inteligências, permitindo ao aluno demonstrar sua compreensão em vários sistemas de símbolos – lingüístico, numérico, musical, gráfico, etc. -,
além de permitir ao professor examinar os trabalhos dos alunos de forma mais rápida e flexível. Gardner (2001) enfatiza a utilização do correio eletrônico, web sites,videoconferências, entre outras ferramentas utilizadas amplamente no ensino a distância.
Também leva em consideração o desenvolvimento de “sistemas inteligentes”. Em suas palavras: “esses sistemas devem ser capazes de permitir variar tanto os exercícios quanto o retorno pedagógico baseado no êxito ou nos fracassos anteriores. (...) As tecnologias correntes parecem feitas sob medida para tornar real o tipo de abordagem das IM (inteligências múltiplas).

Nenhum comentário:

Postar um comentário